CGD o saque começou


A partir de 1 de setembro, entra em vigor o novo preçário da Caixa Geral de Depósitos (CGD). As comissões bancárias vão disparar e afetar milhares de clientes. Escapar ao pagamento de uma comissão de manutenção será uma missão quase impossível. De fora dos aumentos ficam os reformados com mais de 65 anos que recebam uma pensão até € 835,50 e as contas com um único titular até 25 anos. Os restantes clientes serão obrigados a pagar € 61,80 por ano por disponibilizarem o seu dinheiro ao banco, mesmo que domiciliem o ordenado ou a pensão. Só serão poupados se usarem os cartões de crédito e débito pelo menos uma vez a cada três meses. Mas pagarão as anuidades e os custos dos restantes produtos contratados, como cartões de débito (€ 18,72) e até as transferências interbancárias online (€ 0,52 por operação).
Contas S, M e L entre € 31 e € 112 por ano
As alternativas propostas pela Caixa Geral de Depósitos são as novas contas-pacote S, M e L, todas com custos.
Na opção mais económica, a conta S, o cliente suporta € 49,92 para ter acesso a um cartão de débito e apenas 2 transferências interbancárias online por mês. Caso tenha o ordenado domiciliado ou um património financeiro igual ou superior a € 5 mil, o custo baixa para € 31,20 anuais. No outro extremo, a conta L "oferece" as anuidades de dois cartões de débito e dois de crédito, transferências interbancárias online ilimitadas e seguros de acidentes pessoais e de assistência ao lar. Tudo em troca de um valor que pode chegar aos € 112,32 por ano, se não domiciliar o ordenado ou pensão ou tiver um património inferior a 5 mil euros.
A solução intermédia - conta M - difere da L porque limita as transferências a 3 operações por mês e não inclui o seguro de assistência ao lar. Custa entre € 4,16 e € 6,24 mensais.
Soluções mais em conta ou a custo zero
Poupe € 80,52 por ano 
Tem uma simples conta bancária na CGD, sem domiciliação de ordenado ou pensão, e um cartão de débito? Pode ter uma conta isenta de custos de manutenção e sem anuidade do cartão no Banco CTT ou no ActivoBank. Os dois concorrentes permitem poupar, face à Caixa, € 80,52 (€ 61,80 das novas comissões + € 18,72 do cartão de débito).
Poupe € 61,80 por ano
Se recebe o ordenado ou a pensão na CGD, tem cartão de débito e crédito, mas não preenche os critérios de isenção definidos (reformados com mais de 65 anos com pensão até € 835,50 ou contas com um único titular até 25 anos), a única forma de garantir a isenção das despesas de manutenção é usar cada um dos cartões - de débito e de crédito - pelo menos uma vez a cada três meses. Assim, não pagará os € 61,80 por ano das novas comissões. Mas não deixe de ponderar transferir o ordenado ou a pensão para um banco sem custos de manutenção.
Se tiver, por exemplo, menos de 65 anos, receber uma pensão de invalidez e não tiver outros produtos associados à conta, há outras soluções. Já que, uma vez por mês, levanta a pensão no balcão com a caderneta, a melhor opção é o Banco CTT. Não paga comissão de manutenção, pode fazer até 3 levantamentos gratuitos ao balcão por mês e tem direito a um cartão de débito gratuito. A poupança é de € 61,80 por ano, ou seja, € 5,15 por mês. Repare que, se faz parte dos pensionistas que beneficiaram do aumento extraordinário até € 10 por mês atribuído este ano pelo governo, com esta solução evita dar mais de metade do aumento ao banco.
Se for titular apenas desta conta bancária, outra alternativa é pedir a transferência para a conta de serviços mínimos da CGD, que é gratuita.
Poupe € 49,32 por ano
Quem recebe o ordenado na conta, tem um crédito à habitação e um cartão de débito deve analisar bem o caso. Se as condições do crédito à habitação são vantajosas face às outras opções do mercado (por exemplo, tem um spread inferior a 2%), talvez não compense mudar para outro banco. Uma vez que movimenta a conta com o cartão de débito, a melhor opção será subscrever a conta S da CGD, com um custo anual de € 31,20 e 2 transferências online gratuitas por mês. A poupança é de € 49,32 por ano, se compararmos com os € 61,80 por ano das novas comissões.
Made in deco proteste.

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